Melhores Pcs Para Arquitetura: Como Montar o Seu?

Escolher um PC para arquitetura pode ser um desafio. Softwares pesados, renderizações demoradas e a grande variedade de componentes no mercado geram muitas dúvidas. Este guia foi criado para simplificar essa decisão.

Aqui, você encontrará uma análise detalhada dos componentes essenciais e as configurações ideais para garantir que seus programas, como Revit, Lumion e AutoCAD, funcionem com máxima fluidez.

Nosso objetivo é ajudar você, arquiteto ou estudante, a montar ou escolher uma máquina potente que não se torne um gargalo para sua criatividade e produtividade.

O primeiro passo para definir a configuração ideal é entender seu próprio fluxo de trabalho. Não existe um único "melhor PC", mas sim a máquina mais adequada para as suas tarefas.

O trabalho de arquitetura se divide principalmente em duas etapas com exigências diferentes: modelagem e renderização. Softwares como AutoCAD, SketchUp e Revit, usados para criar os modelos 2D e 3D, dependem muito da velocidade de um único núcleo do processador (CPU) para uma navegação fluida no projeto.

Por outro lado, a renderização em programas como Lumion, V-Ray e Corona Renderer se beneficia enormemente de múltiplos núcleos de CPU e, principalmente, de uma placa de vídeo (GPU) potente.

Antes de analisar os componentes, responda a estas perguntas. Suas respostas direcionarão suas escolhas de hardware:

• Quais softwares você usa com mais frequência?
• Seu foco é a modelagem BIM ou a renderização fotorrealista?
• Qual o tamanho e a complexidade média dos seus projetos?
• Você precisa de mobilidade (notebook) ou trabalhará em um local fixo (desktop)?
• Qual é o seu orçamento máximo para a máquina?

Uma workstation de arquitetura eficiente é construída sobre quatro pilares: a Unidade Central de Processamento (CPU), a Unidade de Processamento Gráfico (GPU), a Memória RAM e o Armazenamento (SSD).

Esses quatro componentes determinam 99% do desempenho que você sentirá no dia a dia. É fundamental entender que eles trabalham em conjunto. Uma CPU de última geração não entregará seu potencial máximo se estiver pareada com pouca memória RAM ou um armazenamento lento.

O equilíbrio entre as peças é a chave para montar um computador sem gargalos e com ótimo custo-benefício.

A CPU é o cérebro da sua operação. Para arquitetura, a escolha do processador ideal envolve um equilíbrio entre duas características: frequência (medida em GHz) e número de núcleos.

Uma alta frequência de clock impacta diretamente a performance de single-core, que é a velocidade de um único núcleo. Isso se traduz em uma experiência mais ágil ao modelar, orbitar e manipular projetos complexos em softwares como o Revit e o AutoCAD, que não utilizam bem múltiplos núcleos para essas tarefas.

Já um alto número de núcleos acelera drasticamente o tempo de renderização em motores baseados em CPU, como o V-Ray CPU e o Corona.

Um bom processador para Revit e outras tarefas de modelagem precisa ter uma excelente performance single-core. Atualmente, tanto as linhas Intel Core i7 e i9 quanto as AMD Ryzen 7 e 9 oferecem modelos com altas frequências e múltiplos núcleos, sendo escolhas seguras.

Para um fluxo de trabalho equilibrado, que envolve modelagem e renderização, um processador com pelo menos 8 núcleos e uma frequência superior a 4.5 GHz em modo turbo é um ótimo ponto de partida.

A GPU, ou placa de vídeo, é a força bruta do seu sistema, especialmente para quem trabalha com renderização em tempo real. Programas como Lumion e Twinmotion, além de motores de render como V-Ray GPU e Octane, dependem quase que exclusivamente do poder da placa de vídeo para gerar imagens.

Uma boa placa de vídeo para renderização também melhora a fluidez da viewport em modelos 3D complexos, permitindo uma navegação suave com texturas e iluminação ativadas. A quantidade de memória de vídeo (VRAM) também é crucial, pois ela limita o quão complexa pode ser a cena que você renderiza.

No debate entre as linhas GeForce e Quadro da Nvidia, a escolha para a maioria dos arquitetos pende para a GeForce. As placas da série RTX (como a RTX 3060, 4060 Ti, 4070 e superiores) oferecem um desempenho de renderização fantástico por um preço muito mais acessível que suas contrapartes Quadro.

As placas Quadro são voltadas para estabilidade máxima, com drivers certificados, mas seu custo elevado só se justifica em ambientes corporativos muito específicos que não podem arriscar qualquer tipo de instabilidade de driver.

A memória RAM funciona como a mesa de trabalho do seu computador. Quanto mais RAM, maior a sua capacidade de trabalhar com projetos grandes e complexos, e de manter vários softwares abertos ao mesmo tempo sem que o sistema engasgue.

Se você costuma alternar entre Revit, AutoCAD, Photoshop e Lumion, uma boa quantidade de memória RAM é indispensável. A falta de RAM é um dos principais motivos de lentidão e travamentos ao lidar com arquivos pesados.

• 16 GB: Considerado o mínimo absoluto hoje. Suficiente para estudantes com projetos mais simples ou profissionais que trabalham principalmente com 2D. Pode apresentar lentidão com multitarefa.
• 32 GB: O padrão ouro para profissionais de arquitetura. Essa quantidade permite trabalhar confortavelmente na grande maioria dos projetos BIM e ter vários programas abertos sem problemas de desempenho.
• 64 GB ou mais: Recomendado para usuários que trabalham com projetos de escala urbana, simulações complexas ou cenas de renderização extremamente pesadas e com muitas texturas em alta resolução.

O SSD (Solid-State Drive) é o componente que mais impacta a sensação de velocidade geral do computador. Usar um SSD para projetos pesados e para o sistema operacional é uma mudança da noite para o dia em comparação com um HD tradicional.

O Windows, os softwares e os arquivos de projeto abrem em segundos. Para arquitetura, um SSD do tipo NVMe é a melhor escolha. Ele se conecta diretamente à placa-mãe e oferece velocidades de leitura e gravação muito superiores aos SSDs SATA.

Uma configuração popular e eficiente é usar um SSD NVMe de 1 TB para o sistema e programas, e um segundo SSD SATA de 2 TB ou mais para armazenar projetos e arquivos.

As workstations de marcas como Dell, HP ou Lenovo são máquinas projetadas para estabilidade e confiabilidade. Elas vêm com componentes certificados, como GPUs Nvidia Quadro e CPUs Intel Xeon, além de suporte técnico e garantia robustos.

O ponto negativo é o preço, que costuma ser significativamente mais alto do que o de um computador com desempenho similar montado com peças de consumo.

Um PC Gamer de alta performance é, muitas vezes, uma excelente e mais acessível alternativa. Os componentes usados em PCs para jogos, como processadores Core i7/i9 ou Ryzen 7/9 e placas de vídeo GeForce RTX, são perfeitos para as tarefas de renderização exigidas em arquitetura.

Você obtém um ótimo custo-benefício em termos de poder de processamento bruto, tornando esta a escolha de muitos profissionais autônomos e pequenos escritórios.

Montar o próprio PC oferece o máximo de flexibilidade e o melhor preço final. Ao escolher cada componente para renderizar, você pode criar uma máquina perfeitamente adaptada ao seu fluxo de trabalho e orçamento.

Essa opção exige pesquisa e algum conhecimento técnico para a montagem, mas o resultado é uma máquina sem peças desnecessárias e totalmente otimizada para suas necessidades. Para quem busca maximizar o desempenho por real gasto, esta é, sem dúvida, a melhor rota.