Melhores Guitarras Tagima: Guia de Modelos e Timbres

Juliana Lima Silva
Juliana Lima Silva
11 min. de leitura

A escolha de um instrumento musical vai além da estética; trata-se de encontrar a ferramenta certa para expressar sua sonoridade. A Tagima se consolidou como a principal fabricante brasileira, oferecendo opções que equilibram custo e desempenho de forma notável.

Entender as diferenças entre as séries Memphis, Woodstock e as linhas Signature é fundamental para não gastar dinheiro no modelo errado.

Neste guia, analisamos criticamente as principais guitarras da marca disponíveis no mercado. O foco aqui é técnico e prático: avaliamos a construção, a versatilidade dos captadores e a estabilidade da afinação.

Se você busca sua primeira guitarra ou um instrumento de backup confiável para shows, esta análise direta ajudará a identificar a melhor opção para o seu perfil de músico.

Nossas análises e classificações são completamente independentes de patrocínios de marcas e colocações pagas. Se você realizar uma compra por meio dos nossos links, poderemos receber uma comissão. Diretrizes de Conteúdo

Stratocaster, Telecaster ou Híbrida: Como Escolher?

O formato do corpo define não apenas o visual, mas a ergonomia e o timbre do instrumento. O modelo Stratocaster, presente na linha TG-530, é reconhecido pelo conforto. O corpo com contornos (body contour) se ajusta bem ao músico, e a configuração de três captadores oferece uma paleta de sons variada.

É a escolha segura para quem toca de pop a rock clássico e valoriza o conforto durante longas sessões de estudo.

Já a Telecaster, representada pela linha TW-55, entrega uma sonoridade mais crua e percussiva, conhecida como "twang". A construção é mais rústica, sem os recortes ergonômicos da Stratocaster, o que pode incomodar iniciantes no início.

Modelos híbridos ou "Super Strats", como a TG-520, misturam o corpo confortável da Stratocaster com captadores Humbucker na ponte, ideais para quem precisa de mais peso e distorção sem ruídos de fundo.

Análise: As 10 Melhores Guitarras Tagima do Mercado

1. Tagima TG-530 Woodstock Series Sunburst

A TG-530 da série Woodstock é frequentemente citada como o melhor custo-benefício da marca para quem busca o visual e som clássico de uma Stratocaster dos anos 50 e 60. Este modelo em Sunburst possui corpo em Basswood, uma madeira leve que ressalta as frequências médias.

Para iniciantes e intermediários que desejam tocar Blues, Funk ou Rock Clássico, os três captadores Single Coil cerâmicos entregam aquele estalo característico, embora com um pouco mais de saída que os modelos vintage tradicionais.

Um ponto crítico positivo é o braço em Maple com acabamento em verniz vintage amarelado, que oferece uma estética superior e uma pegada confortável. No entanto, a ponte tremolo padrão vintage de 6 parafusos exige uma regulagem precisa por um luthier para manter a estabilidade se você usar muito a alavanca.

É um instrumento que supera a linha Memphis em acabamento e durabilidade, sendo uma excelente base para upgrades futuros.

Prós
  • Visual vintage autêntico com verniz amarelado no braço
  • Timbre estalado clássico de Stratocaster
  • Bom equilíbrio de peso devido ao corpo em Basswood
  • Excelente base para customizações futuras
Contras
  • Captadores cerâmicos podem soar um pouco estridentes em volumes altos
  • A ponte tremolo pode desafinar se abusar da alavanca sem regulagem fina

2. Tagima TW-55 Telecaster Woodstock Black

A TW-55 é a resposta da Tagima para os amantes da Telecaster que não querem gastar uma fortuna em marcas importadas. Este modelo se destaca pela simplicidade robusta: dois captadores Single Coil e uma ponte fixa.

A ponte fixa é uma grande vantagem para a estabilidade da afinação, tornando-a uma opção superior à TG-530 para quem troca afinações com frequência ou tem uma pegada mais agressiva na mão direita.

O acabamento Black com escudo branco ou mint green confere uma elegância sóbria ao instrumento.

Sonoramente, ela entrega o que se espera: o captador da ponte é agudo e cortante, ideal para Country e Rock, enquanto o captador do braço (Lipstick) oferece um som mais aveludado, útil para Jazz e Neo-Soul.

O braço em Maple é um destaque, mas atenção ao peso; o corpo em Basswood é denso, e algumas unidades podem ser ligeiramente pesadas. Se você busca simplicidade e um som direto sem complicações de pontes móveis, esta é a escolha certa.

Prós
  • Estabilidade de afinação superior devido à ponte fixa
  • Timbre característico de Telecaster bem definido
  • Acabamento do braço em verniz vintage brilhante
  • Construção robusta ideal para transporte e shows
Contras
  • Algumas unidades podem apresentar excesso de peso
  • Trastes podem precisar de polimento inicial para maior conforto

3. Tagima TG-520 Stratocaster HSS Preta

A versatilidade define a TG-520. Diferente da TG-530 clássica, este modelo adota a configuração HSS (Humbucker na ponte, Single no meio, Single no braço). Isso resolve um problema comum das Stratocasters tradicionais: o ruído e a falta de "peso" ao usar distorções de alto ganho.

O Humbucker da ponte permite tocar Hard Rock e Heavy Metal com mais corpo e silêncio, enquanto os outros dois captadores mantêm a capacidade de tocar sons limpos e cristalinos.

Esta guitarra é recomendada para músicos de "baile" ou igreja, que precisam cobrir diversos estilos musicais em uma única apresentação. O visual "All Black" com hardware preto ou cromado dá um ar mais moderno e agressivo.

A desvantagem fica por conta da complexidade elétrica; o equilíbrio de volume entre o Humbucker (mais forte) e os Singles (mais fracos) pode exigir ajustes na altura dos captadores para ficar uniforme.

Prós
  • Configuração HSS extremamente versátil para vários estilos
  • Humbucker na ponte lida bem com distorções pesadas
  • Design moderno e agressivo
  • Ótima para quem só pode ter uma guitarra
Contras
  • Diferença de volume entre os captadores pode incomodar puristas
  • Ponte tremolo simples exige cuidado na regulagem

4. Tagima Sixmart Smart Guitar com Efeitos

A Tagima Sixmart representa um salto tecnológico, focando na conveniência absoluta para estudo e prática. O grande diferencial é o sistema integrado de efeitos (Delay, Reverb, Chorus, Overdrive e Distortion) e a conectividade Bluetooth.

Você pode parear seu celular para tocar backing tracks diretamente na guitarra e ouvir tudo através da saída de fone de ouvido ou plugada em uma caixa. É a solução perfeita para quem mora em apartamento e tem pouco espaço ou não quer incomodar os vizinhos com amplificadores.

Apesar da inovação, é importante alinhar expectativas. A construção é baseada na linha de entrada, então não espere madeiras nobres ou ferragens de alta performance como na linha Brasil.

O foco aqui é a funcionalidade do pré-amplificador embutido. A bateria recarregável dura bem para sessões de estudo. Para puristas do timbre valvulado, os efeitos digitais podem soar um pouco artificiais, mas para a finalidade de prática silenciosa e portabilidade, é um produto imbatível.

Prós
  • Efeitos integrados dispensam pedais e amplificadores para estudo
  • Conexão Bluetooth para tocar junto com músicas do celular
  • Saída para fones de ouvido ideal para prática noturna
  • Bateria recarregável de boa autonomia
Contras
  • Construção do instrumento baseada em linhas de entrada
  • Qualidade dos efeitos digitais é básica, não substitui um setup profissional

5. Tagima TG-540 SG Escala Clara Surf Green

A TG-540 na cor Surf Green aposta forte no apelo estético retrô, evocando as guitarras californianas dos anos 50. Tecnicamente, ela se posiciona muito próxima à TG-530, mas com algumas variações estéticas e de lote que muitas vezes trazem um acabamento ligeiramente superior nos trastes.

A escala clara em Maple não só contribui para o visual, mas adiciona um ataque percussivo (snap) ao som, diferenciando-se de modelos com escala escura.

Seu corpo em Basswood e configuração SSS (três singles) a tornam uma máquina de Funk e Pop. A cor Surf Green é um diferencial de mercado, pois foge do preto e sunburst tradicionais, atraindo músicos que valorizam a imagem no palco.

Contudo, a escala clara exige limpeza mais frequente, pois acumula sujeira visível com o uso intenso. É uma guitarra honesta que entrega mais estilo que a média da categoria.

Prós
  • Cor Surf Green diferenciada e muito procurada
  • Escala em Maple oferece ataque rápido e brilho no som
  • Bom acabamento geral da série Woodstock
  • Excelente para ritmos percussivos como Funk
Contras
  • Escala clara mostra sujeira e desgaste mais rápido
  • Captadores originais podem apresentar ruído (hum) característico de singles

6. Tagima TG-510 Woodstock Series Branca

A TG-510 é a "Super Strat" definitiva da linha Woodstock. Com configuração HSH (Humbucker - Single - Humbucker), ela oferece a maior variedade de timbres possível dentro da série.

O captador do braço em formato humbucker provê um som gordo e doce para solos estilo Santana, enquanto a ponte entrega agressividade. É a escolha ideal para guitarristas de Fusion, Rock progressivo ou Metal melódico que precisam alternar drasticamente de timbre na mesma música.

O visual moderno, muitas vezes sem escudo (ou com escudos diferenciados dependendo do lote), afasta-se do tradicionalismo da TG-530. O braço tende a ter um perfil confortável para velocidade.

O ponto de atenção é a chave seletora e a parte elétrica: com tantos captadores e combinações, o circuito é mais complexo e pode apresentar ruídos se a blindagem não for reforçada posteriormente.

É uma ferramenta de trabalho poderosa pelo preço cobrado.

Prós
  • Configuração HSH oferece a maior versatilidade tonal da lista
  • Ótima para solos com sustain e bases pesadas
  • Visual moderno destaca-se no palco
  • Braço confortável para técnicas rápidas
Contras
  • Visual pode não agradar puristas de modelos vintage
  • Exige blindagem elétrica de qualidade para evitar interferências em alto ganho

7. Tagima Memphis MG-30 Olympic White

A linha Memphis é a porta de entrada da Tagima, e a MG-30 é o modelo mais vendido para estudantes. O foco aqui é preço acessível. Construída com madeiras mais simples (geralmente Basswood ou Poplar) e hardware genérico, ela cumpre o papel de primeiro instrumento.

A cor Olympic White é clássica e disfarça bem marcas de dedo. Para uma criança ou iniciante que ainda não sabe se vai seguir na música, o baixo investimento justifica a compra.

Entretanto, a crítica deve ser feita: as tarraxas da linha Memphis são inferiores às da Woodstock e podem ter folgas, dificultando a afinação precisa. Os captadores cerâmicos são simples e podem microfonar em volumes de palco.

É uma guitarra para estudo em casa, aulas e prática. Se o objetivo for tocar ao vivo profissionalmente, upgrades significativos ou a troca por uma Woodstock serão necessários rapidamente.

Prós
  • Preço extremamente acessível para iniciantes
  • Ergonomia correta de uma Stratocaster
  • Acabamento visual honesto pelo valor
  • Leve e fácil de manusear
Contras
  • Tarraxas e ponte de baixa qualidade comprometem a estabilidade da afinação
  • Captadores com som magro e pouca definição

8. Kit Guitarra Memphis MG-30 Red Satin Completo

Este kit resolve o problema de "o que mais eu preciso comprar?". Ao incluir a guitarra MG-30 (aqui num acabamento Red Satin fosco muito bonito) junto com acessórios essenciais, ele visa pais comprando presentes ou iniciantes que querem praticidade.

O acabamento acetinado (satin) é um toque interessante, pois o braço não "gruda" na mão com o suor, facilitando o deslize para quem está aprendendo acordes.

A guitarra em si possui as mesmas características e limitações da MG-30 padrão mencionada anteriormente. O valor agregado está na conveniência. No entanto, os acessórios inclusos (capa, cabo, correia) são geralmente de qualidade básica/genérica.

O cabo, especificamente, costuma ser o ponto fraco e pode gerar ruído, sendo o primeiro item a ser substituído. Vale pela praticidade inicial, mas planeje investir em um cabo melhor logo.

Prós
  • Solução completa "all-in-one" para iniciantes
  • Acabamento acetinado no braço facilita a tocabilidade
  • Custo-benefício alto ao somar os itens avulsos
  • Estética moderna com pintura fosca
Contras
  • Acessórios inclusos (principalmente o cabo) são de baixa durabilidade
  • Ferragens da guitarra exigem reaperto frequente

9. Tagima TW-55 Telecaster Sunburst

A versão Sunburst da TW-55 traz uma proposta visual diferente da versão preta. O acabamento Sunburst revela os veios da madeira, o que exige uma seleção de peças um pouco mais criteriosa na fábrica para garantir a estética.

Isso dá ao instrumento um ar mais nobre e tradicional. A combinação do escudo preto ou branco com o degradê da madeira é atemporal.

Em termos de som e tocabilidade, mantém a excelência da série Woodstock Telecaster: braço gordo na medida certa, trastes médios e aquele som estalado inconfundível. É a guitarra perfeita para quem toca Sertanejo, Country ou Indie Rock.

A estabilidade da ponte fixa continua sendo seu maior trunfo técnico sobre as Stratocasters da mesma faixa de preço.

Prós
  • Visual clássico que revela a madeira do corpo
  • Ponte fixa garante afinação estável por longos períodos
  • Captadores entregam o twang autêntico de Telecaster
  • Braço envernizado com ótima pegada
Contras
  • Acesso às casas mais agudas é limitado pelo design quadrado do corpo (comum em Teles)
  • Pode apresentar ruído de 60hz comum em single coils

10. Tagima TG-530 Woodstock Series Black

A TG-530 Black é a encarnação do visual "Blackie" famoso por Eric Clapton. É uma guitarra que impõe respeito visualmente e se adapta a qualquer palco, do louvor na igreja ao bar de rock.

A cor sólida preta esconde emendas de madeira do corpo, garantindo uma uniformidade visual perfeita. A escala em Technical Wood (ou Rosewood em lotes antigos) escurece um pouco o timbre em comparação ao modelo com escala clara, resultando em agudos menos estridentes.

Esta versão é ideal para quem busca um som de Stratocaster equilibrado e visual sóbrio. A manutenção do acabamento preto exige cuidado, pois riscos e marcas de dedo aparecem facilmente.

Mecanicamente, compartilha as qualidades e defeitos da série: bons captadores para a faixa de preço, mas tarraxas e ponte que beneficiam muito de um upgrade ou regulagem profissional inicial.

Prós
  • Visual icônico e profissional
  • Timbre equilibrado, levemente mais aveludado devido à escala escura
  • Versatilidade total dos 3 captadores single coil
  • Excelente plataforma para upgrades
Contras
  • Acabamento preto realça riscos e marcas de uso
  • Parte elétrica pode precisar de blindagem para uso profissional

Captadores Single Coil vs Humbucker: O Que Muda?

A escolha dos captadores define a voz da sua guitarra. Os modelos Single Coil (bobina simples), presentes na maioria das TG-530 e TW-55, produzem um som brilhante, definido e estalado.

São perfeitos para sons limpos (Clean), Funk, Blues e Country. O ponto fraco é o ruído natural de fundo (hum) e a menor saída, que pode soar magra em distorções pesadas.

Os Humbuckers (bobina dupla), encontrados na ponte da TG-520 e TG-510, foram criados para cancelar esse ruído e oferecer mais potência. Eles têm um som mais encorpado, com ênfase nos médios, ideal para Rock Hard, Metal e solos com muito sustain.

Se você toca estilos pesados, um Humbucker na ponte é praticamente obrigatório. Se sua praia é som limpo e cristalino, o Single Coil é a melhor pedida.

Série Woodstock vs Memphis: Qual Vale a Pena?

A distinção aqui é clara: qualidade de construção e longevidade. A linha Memphis (MG-30, MG-32) é a categoria "Entry-Level" (entrada). O controle de qualidade é menos rigoroso, as madeiras são mais simples e as ferragens (tarraxas e ponte) são feitas de ligas metálicas mais macias, que desgastam mais rápido.

É uma ferramenta de aprendizado, não de performance profissional.

A série Woodstock (TG-530, TW-55, TG-520) é a linha intermediária "Mid-Range". Aqui você encontra madeiras selecionadas, braços com verniz vintage e um acabamento de trastes superior.

Embora ainda sejam guitarras acessíveis, elas aguentam o tranco de ensaios e pequenos shows com dignidade. A diferença de preço geralmente é pequena comparada ao salto de qualidade.

Se o orçamento permitir, pule a Memphis e vá direto para uma Woodstock para evitar frustrações com afinação.

Cuidados Essenciais com a Escala e Afinação

Guitarras nessa faixa de preço exigem manutenção para performar bem. O primeiro passo ao receber sua Tagima é trocar as cordas originais, que geralmente são apenas para teste e transporte.

Instalar um encordoamento de marca (como D'Addario ou Ernie Ball) melhora o som e a afinação instantaneamente. Além disso, a hidratação da escala (se for madeira escura) com óleo de limão evita ressecamento e trastejamento.

Outro ponto crucial é o ajuste do tensor e das oitavas. Devido às variações climáticas do Brasil, a madeira trabalha e o braço pode empenar levemente no transporte. Levar a guitarra a um luthier para uma regulagem inicial (setup) não é um gasto, é um investimento.

Uma guitarra bem regulada, mesmo que barata, é macia de tocar e afina corretamente em todo o braço, acelerando seu aprendizado.

Perguntas Frequentes

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