Melhores discos de vinil clássicos da mpb? Veja 10!

Juliana Lima Silva
Juliana Lima Silva
12 min. de leitura

Montar uma coleção de vinis de Música Popular Brasileira é uma forma de se conectar com a história e a sonoridade de uma era. Este guia apresenta uma análise detalhada de 10 álbuns essenciais que servem como pilares para qualquer coleção.

Aqui, você encontrará informações sobre a importância de cada obra, a qualidade das prensagens disponíveis e para qual tipo de ouvinte cada disco é mais indicado. O objetivo é ajudar você a investir seu dinheiro nas obras que trarão a melhor experiência sonora e cultural para sua vitrola.

Critérios: Como Escolher um Vinil Clássico de MPB

Escolher um vinil de MPB envolve mais do que apenas gostar do artista. Avalie a importância histórica do álbum: ele definiu um gênero, como a Bossa Nova ou o Samba Rock? Considere também a qualidade da prensagem.

Discos da série "Clássicos Em Vinil" ou com selo de 180 gramas (Vinil 180g) costumam oferecer maior durabilidade e fidelidade sonora. Por fim, pense no seu próprio gosto. Você prefere a poesia do Clube da Esquina, a experimentação da Tropicália ou o balanço de Jorge Ben?

Alinhar esses pontos garante uma compra satisfatória.

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Análise: 10 Discos de Vinil Clássicos da MPB

1. Jorge Ben - A Tábua De Esmeralda

"A Tábua de Esmeralda" é um marco na discografia de Jorge Ben e na música brasileira. Lançado em 1974, o álbum mescla samba, funk, rock psicodélico e temas esotéricos baseados na alquimia.

As letras, que falam sobre Hermes Trismegisto e a Ordem Rosacruz, são combinadas com arranjos complexos e o violão inconfundível de Ben. A experiência de ouvir este disco no vinil é única, pois a masterização analógica realça a riqueza dos instrumentos de corda e da percussão, criando uma atmosfera imersiva que um arquivo digital dificilmente consegue replicar.

Este álbum é ideal para o ouvinte que busca profundidade lírica e musical. Se você aprecia discos conceituais e a fusão de gêneros que marcou a MPB psicodélica dos anos 70, esta é uma peça central para sua coleção.

A reedição da série "Clássicos em Vinil" em 180g garante uma excelente qualidade de áudio e durabilidade, sendo uma escolha segura para quem está começando no colecionismo de discos e quer um clássico absoluto com som impecável.

Prós
  • Obra-prima conceitual que mistura samba, funk e esoterismo.
  • Qualidade de áudio superior na prensagem de 180g.
  • Um dos álbuns mais importantes e influentes da MPB.
Contras
  • A temática esotérica pode não agradar a todos os ouvintes.
  • A complexidade dos arranjos exige uma audição atenta.

2. Elis Regina e Tom Jobim - Elis & Tom

Gravado em Los Angeles em 1974, "Elis & Tom" é o encontro definitivo de duas das maiores forças da música brasileira. Este álbum representa o ápice da sofisticação da Bossa Nova, com a voz precisa e emocionante de Elis Regina se unindo aos arranjos magistrais de Tom Jobim.

Clássicos como "Águas de Março" e "Corcovado" ganham interpretações que se tornaram canônicas. A versão em vinil, especialmente as reedições de 180g, oferece uma clareza sonora que destaca cada nuance do piano de Jobim e da voz de Elis, proporcionando uma audição calorosa e detalhada.

Este disco é a escolha perfeita para quem ama a Bossa Nova e a excelência vocal. Se você está montando uma coleção e precisa de um álbum que represente o que há de mais refinado na MPB, "Elis & Tom" é indispensável.

É um disco para ouvir em momentos de tranquilidade, apreciando a genialidade dos arranjos e a química perfeita entre os dois artistas. Para novos colecionadores, é uma porta de entrada segura e gratificante no mundo do vinil brasileiro.

Prós
  • Encontro histórico de dois gigantes da MPB.
  • Qualidade de gravação e produção impecáveis.
  • Repertório com clássicos atemporais da Bossa Nova.
Contras
  • O som predominantemente acústico e suave pode não ser ideal para quem busca mais energia.
  • Algumas prensagens mais antigas podem apresentar ruído de superfície.

3. Tim Maia - Tim Maia 1970

O álbum de estreia de Tim Maia, lançado em 1970, é uma explosão de soul, funk e baladas românticas que mudou para sempre o panorama da música brasileira. Com faixas como "Azul da Cor do Mar" e "Primavera (Vai Chuva)", Tim estabeleceu o padrão para o Samba Rock e a soul music nacional.

A energia crua e a voz potente de Tim Maia são os grandes destaques. No vinil, a presença dos graves e o impacto dos metais ganham uma dimensão física, fazendo com que o som preencha o ambiente de forma contagiante.

Este disco é para quem quer sentir o groove e a força da música negra brasileira. Se você gosta de música para dançar, com linhas de baixo marcantes e arranjos de metais vibrantes, este é o seu álbum.

É uma peça fundamental para entender a influência da música norte-americana na MPB e para ter na coleção uma dose pura de energia e sentimento. A prensagem da Polysom em 180g faz justiça à produção original, entregando um som encorpado e dinâmico.

Prós
  • Introduziu a soul music e o funk no Brasil com maestria.
  • Contém alguns dos maiores sucessos de Tim Maia.
  • Produção com som encorpado, ideal para o formato vinil.
Contras
  • A alternância entre baladas e faixas dançantes pode quebrar o fluxo para alguns ouvintes.
  • É um som muito datado dos anos 70, o que pode não agradar a todos.

4. Lô Borges - LP Lô Borges

Conhecido como o "disco do tênis", o álbum solo de Lô Borges de 1972 é um dos pilares do movimento Clube da Esquina. Com uma sonoridade que mescla rock progressivo, folk e ritmos brasileiros, o disco apresenta uma melancolia poética e harmonias vocais complexas.

Canções como "O Trem Azul" e "Tudo Que Você Podia Ser" se tornaram hinos de uma geração. A experiência no vinil ressalta as texturas das guitarras e a espacialidade dos arranjos, criando uma paisagem sonora rica e nostálgica.

Este LP é perfeito para os fãs do Clube da Esquina e para quem aprecia composições elaboradas e poéticas. Se você gosta de The Beatles, rock progressivo e a melancolia mineira, este disco é uma adição essencial.

Ele funciona bem para uma audição introspectiva, revelando novas camadas a cada vez que a agulha percorre seus sulcos. A reedição em vinil de 180g é uma ótima oportunidade de ter este clássico com som limpo e fiel ao original.

Prós
  • Marco do movimento Clube da Esquina.
  • Composições ricas em harmonia e poesia.
  • Mistura única de rock, folk e música brasileira.
Contras
  • A sonoridade melancólica pode ser densa para uma audição casual.
  • Não é um disco de hits imediatos, exigindo mais do ouvinte.

5. Alceu Valença - Cavalo de Pau [Vinil Vermelho]

Lançado em 1974, "Cavalo de Pau" é a estreia solo de Alceu Valença e um manifesto de sua fusão entre o rock psicodélico e a cultura nordestina. O disco é visceral, com guitarras distorcidas convivendo com sanfonas e zabumbas em faixas como "Vou Danado Pra Catende".

A energia crua e a poesia agressiva de Alceu são capturadas de forma potente. Esta edição especial em vinil vermelho não é apenas um item de colecionador, mas também uma forma de valorizar a estética visual do álbum.

Este álbum é ideal para o ouvinte que gosta da MPB psicodélica e de artistas que desafiam rótulos. Se você admira a energia do rock dos anos 70 e a riqueza dos ritmos nordestinos como frevo e maracatu, "Cavalo de Pau" é uma escolha acertada.

É um disco para ouvir em alto volume, sentindo a força da instrumentação e a urgência da voz de Alceu. O vinil vermelho adiciona um apelo estético que o torna um destaque na estante de qualquer colecionador.

Prós
  • Fusão inovadora de rock psicodélico com música nordestina.
  • Energia crua e performance visceral de Alceu Valença.
  • Edição em vinil vermelho, um atrativo para colecionadores.
Contras
  • A sonoridade pode ser considerada agressiva ou ruidosa por alguns.
  • É um trabalho menos polido que seus sucessos posteriores.

6. Elza Soares - Elza Pede Passagem

De 1969, "Elza Pede Passagem" captura a cantora em um momento de transição, consolidando seu estilo único que misturava samba com a atitude do jazz e do soul. O repertório é vibrante e a performance de Elza é, como sempre, arrebatadora.

A produção, assinada por Wilson das Neves, traz arranjos de metais que complementam perfeitamente a voz rasgada e poderosa da artista. O vinil proporciona uma audição encorpada, com a voz de Elza posicionada à frente e a banda criando uma base rítmica contagiante.

Este disco é para quem quer entender a força e a versatilidade de Elza Soares. É uma escolha excelente para amantes do samba-jazz e do sambalanço, e para aqueles que apreciam vozes com personalidade e atitude.

Se você busca um álbum que une tradição do samba e modernidade, com uma artista que sempre esteve à frente de seu tempo, esta é uma adição obrigatória. A qualidade da reedição valoriza a produção original, tornando a audição uma experiência rica.

Prós
  • Performance vocal poderosa e icônica de Elza Soares.
  • Excelentes arranjos que misturam samba, jazz e soul.
  • Mostra a artista em um de seus melhores momentos criativos.
Contras
  • A produção da época pode soar um pouco datada para ouvidos modernos.
  • Menos experimental que seus trabalhos mais recentes.

7. Tom Zé - Grande Liquidação

Lançado em 1968, no auge do movimento, "Grande Liquidação" é o álbum de estreia de Tom Zé e um dos documentos mais importantes da Tropicália. O disco é uma colagem de sons, misturando pop, música concreta, ritmos regionais e críticas sociais ácidas.

Com canções como "Parque Industrial", Tom Zé se mostrou o mais experimental dos tropicalistas. Ouvir este álbum no vinil é uma experiência sensorial, pois a natureza analógica do formato complementa a sonoridade artesanal e inventiva da produção.

Este disco é para o colecionador aventureiro e para os estudiosos da música brasileira. Se você se interessa pela Vanguarda Paulista e pelo lado mais experimental da Tropicália, "Grande Liquidação" é fundamental.

Não é um disco de audição fácil, mas recompensa o ouvinte com sua criatividade e inteligência. É uma obra para quem gosta de música que desafia, provoca e faz pensar, sendo um pilar do colecionismo de discos de vanguarda.

Prós
  • Marco da Tropicália e da música experimental no Brasil.
  • Letras inteligentes e críticas.
  • Criatividade sonora que continua surpreendente.
Contras
  • Sua natureza experimental pode ser de difícil digestão para ouvintes casuais.
  • A qualidade da gravação original é intencionalmente lo-fi, o que pode não agradar a todos.

8. Walter Franco - Revólver

"Revólver", de 1975, é um dos discos mais radicais e cultuados da música brasileira. Walter Franco leva a experimentação a outro nível, com estruturas musicais desconstrutivas, poesias complexas e um uso da voz que beira a performance artística.

Faixas como "Feito Gente" e a faixa-título são desafiadoras e intensas. O vinil é o formato ideal para este tipo de obra, pois a experiência de colocar o disco para tocar e se entregar à sua proposta conceitual é parte da arte.

Este LP é estritamente para os amantes da vanguarda e do rock experimental. Se você coleciona discos como os de Frank Zappa, Captain Beefheart ou da Vanguarda Paulista como Arrigo Barnabé, "Revólver" é uma peça obrigatória.

Não é um álbum para colocar como som de fundo; ele exige atenção total e uma mente aberta. Para o colecionador que busca os limites da MPB, esta é uma aquisição corajosa e recompensadora.

Prós
  • Obra-prima da vanguarda musical brasileira.
  • Altamente influente para a cena experimental.
  • Uma experiência de audição intensa e única.
Contras
  • Extremamente hermético e não-comercial, sendo inacessível para a maioria.
  • A produção pode ser considerada áspera e dissonante.

9. Hermeto Pascoal & Grupo [Vinil 180g]

Lançado em 1982, este álbum homônimo de Hermeto Pascoal & Grupo é uma demonstração da genialidade do "bruxo dos sons". O disco é uma fusão de jazz, ritmos brasileiros como frevo e baião, e a experimentação sonora característica de Hermeto, que utiliza objetos inusitados como instrumentos.

A complexidade dos arranjos e a virtuosidade dos músicos são impressionantes. A prensagem em 180g é um grande benefício aqui, pois a alta fidelidade do vinil pesado permite distinguir com clareza a vasta gama de timbres e a dinâmica da gravação.

Este disco é a escolha ideal para audiophiles e fãs de jazz instrumental e música experimental. Se você aprecia virtuosismo, arranjos complexos e uma sonoridade que foge do comum, a música de Hermeto Pascoal é um universo a ser explorado.

É um álbum para ser ouvido com atenção em um bom sistema de som, para captar toda a riqueza e a criatividade presentes. Para o colecionador que valoriza a técnica e a inovação, este vinil 180g é um tesouro.

Prós
  • Virtuosismo e genialidade de Hermeto Pascoal em seu auge.
  • Mistura rica de jazz com ritmos brasileiros.
  • Prensagem em 180g favorece a qualidade sonora para audiophiles.
Contras
  • A ausência de vocais e a complexidade podem afastar alguns ouvintes.
  • Exige um sistema de som de boa qualidade para ser plenamente apreciado.

10. Jorge Ben - Ben É Samba Bom

Lançado em 1964, "Ben É Samba Bom" mostra um Jorge Ben ainda no início de sua carreira, mas já com sua batida de violão característica. O álbum é um clássico do Samba Rock e da Bossa Nova, com uma sonoridade mais acústica e direta do que seus trabalhos dos anos 70.

Faixas como "Mas, Que Nada!" em sua versão original e "Anjo Azul" são contagiantes. No vinil, a sonoridade da época é preservada, com uma gravação que destaca o violão, a voz e a percussão de forma equilibrada e charmosa.

Este é o disco perfeito para quem quer iniciar a coleção de Jorge Ben por suas raízes. Se você aprecia a Bossa Nova e o Samba Rock em seu estado mais puro e dançante, este álbum é uma excelente pedida.

É ideal para criar um clima descontraído, para um churrasco ou uma reunião de amigos. Para o colecionador, ter este disco é possuir um documento do nascimento de um estilo que influenciaria toda a música brasileira.

Prós
  • Mostra as raízes do Samba Rock de Jorge Ben.
  • Contém a versão original de "Mas, Que Nada!".
  • Sonoridade leve e dançante, perfeita para momentos descontraídos.
Contras
  • Produção mais simples em comparação com seus álbuns posteriores.
  • Pode parecer menos ambicioso que obras como "A Tábua de Esmeralda".

Prensagem e Qualidade: O Que Buscar em um Vinil?

A qualidade de um disco de vinil vai além da música. Fique atento a alguns detalhes técnicos. O termo "Vinil 180g" refere-se ao peso do disco. Prensagens mais pesadas são mais resistentes a deformações e podem reduzir vibrações indesejadas durante a reprodução.

A fonte da masterização também é fundamental: discos remasterizados a partir das fitas analógicas originais (masters) tendem a oferecer um som mais autêntico. Selos como "Clássicos em Vinil" da Polysom são conhecidos por seu cuidado nesses processos, tornando-se uma referência de qualidade no mercado brasileiro.

Movimentos Musicais: Tropicália, Clube da Esquina e +

  • Bossa Nova: Surgiu no final dos anos 50, caracterizada pela sofisticação harmônica e uma batida suave de violão. Artistas: Tom Jobim, João Gilberto.
  • Tropicália: Movimento de vanguarda do final dos anos 60 que misturava rock psicodélico, pop e cultura brasileira com forte crítica política. Artistas: Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé.
  • Clube da Esquina: Originado em Minas Gerais nos anos 70, fundia influências do rock progressivo, folk e jazz com a música regional brasileira. Artistas: Milton Nascimento, Lô Borges.
  • Samba Rock: Gênero dançante que une a base do samba com elementos do soul e do funk norte-americano. Artistas: Jorge Ben, Tim Maia.

Como Cuidar e Preservar Sua Coleção de Discos

Cuidar bem dos seus discos garante que eles durem por décadas e mantenham a qualidade sonora. Siga estas dicas simples:

  • Armazene na vertical: Guardar os discos na vertical evita que eles empenem com o tempo. Nunca os empilhe na horizontal.
  • Use plásticos de proteção: Utilize plásticos externos para proteger a capa e internos (antiestáticos) para proteger o disco de poeira e arranhões.
  • Manuseie pelas bordas: Evite tocar nos sulcos do vinil. Segure o disco pelas bordas ou pelo selo central para não deixar marcas de gordura.
  • Limpe antes de tocar: Use uma escova de fibra de carbono para remover a poeira dos sulcos antes de cada audição. Isso reduz o ruído e preserva a agulha.

Perguntas Frequentes

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